segunda-feira, 26 de abril de 2010

NOSSO LAR - 3 DE SETEMBRO NOS CINEMAS


UM GRANDE FILME DE UMA GRANDE OBRA...
NOSSO LAR- 3 DE SETEMBRO...
ESTRÉIA NACIONAL.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

ERMANCE DUFAUX - UM POUCO DA GRANDE MÉDIUM FRANCESA DO SÉCULO XIX


Ermance de la Jonchére Dufaux nasceu em 1841, na cidade de Fontainebleau, França. Próxima a Paris, abrigava a residência oficial de Napoleão III e de outros nobres. O pai de Ermance, rico produtor de vinho e trigo, era um deles. Tradicional, a família Dufaux residia num castelo medieval, herança de seus antepassados.

Em 1853, a filha dos Dufaux começou a apresentar inquietante desequilíbrio nervoso e a fazer premonições. Por causa desse problema, seu pai procurou o célebre médico Cléver De Maldigny. Pelo relato do Sr. Dufaux, o médico disse que Ermance parecia estar sofrendo de um novo distúrbio nervoso, que havia feito diversas vítimas na América e que, agora, estava chegando à Europa. As vítimas da doença entravam numa espécie de transe histérico e começavam a receber hipotéticas mensagens do Além. O médico aconselhou o Sr. Dufaux a trazer Ermance a seu consultório, o mais rápido possível. Assim foi feito. Alguns dias depois, a mocinha comparecia à consulta. Maldigny colocou um lápis na mão da menina e pediu que ela escrevesse o que lhe fosse impulsionado. Ermance começou a rir, gracejando, mas, de súbito, seu braço tomou vida própria e começou a escrever sozinho. Ao ver-se dominada por uma força estranha, Ermance assustou-se, largou o lápis e não quis continuar a experiência. Maldigny examinou o papel e confirmou seu diagnóstico. Os pais de Ermance ficaram extremamente preocupados. Como a família era famosa na corte, a notícia logo se espalhou em Paris e Fontainebleau, chegando aos ouvidos do Marquês de Mirvile, famoso estudioso do Magnetismo. O Marquês visitou o castelo dos Dufaux e pediu para examinar Ermance. Os pais aquiesceram, mas a mocinha teve que ser convencida. Por fim, Ermance colocou-se em posição de escrever e Mirvile perguntou ao invisível:

- Está presente o Espírito em que penso? Em caso positivo, queira escrever seu nome por intermédio da garota. A mão de Ermance começou a se mover e escreveu: - Não, mas um de seus parentes remotos. - Pode escrever seu nome?- Prefiro que meu nome venha diretamente à sua cabeça. Pense um instante.- São Luís, rei de França (1), primo do primeiro nobre de minha família?- Sim, eu mesmo.- Vossa Majestade pode dar-me um prova de que é realmente o nosso grande rei?- Ninguém nesta casa sabe que você e seus parentes me consideram o Anjo da Guarda da família. Se Maligny via o caso de Ermance como doença, o Marquês também tinha suas explicações preconcebidas. Na sua opinião, ela apenas captava as idéias e pensamentos presentes no ambiente. Isso na melhor das hipóteses. Na pior, a jovem estava sendo intérprete do Diabo, pois, como católico, ele não acreditava que os mortos pudessem se comunicar. Uma análise conclusiva deveria ser feita pela Academia de Ciências de Paris.O Sr. Dufaux, no entanto, não levou o caso adiante. Embora também fosse católico, ele preferiu acreditar que sua filha não era doente ou possessa, mas apenas uma intermediária entre os vivos e os mortos. A família foi se acostumando com o fato e a faculdade de Ermance passou a ser vista como uma coisa natural e positiva. Os contatos com São Luís passaram a ser frequentes. Sob seu influxo, ela escreveu a autobiografia póstuma do rei canonizado, intitulada "A história de Luís IX, ditada por ele mesmo". Em 1854, esse texto foi publicado em livro, mas a Censura do Governo de Napoleão III proibiu a sua distribuição. Os censores acharam que algumas passagens podiam ser entendidas como críticas ao Imperador e à Igreja.O posicionamento favorável dos Dufaux ao neo-espiritualismo (spiritualisme) gerou retaliações. Numa confissão, Ermance recusou-se a negar sua crença nos Espíritos, atribuindo suas mensagens a Satanás, e foi proibida de comungar. A Imperatriz também esfriou seu relacionamento com a família. No entanto, o Imperador Napoleão III ficou curioso e pediu para conhecer a Srta. Dufaux. Ela foi recepcionada no Palácio de Fontainebleau e recebeu uma mensagem de Napoleão Bonaparte para o sobrinho. A mensagem respondia a uma pergunta mental de Luís Napoleão e seu estilo correspondia exatamente ao de Bonaparte. Com o tempo, os Espíritos também começaram a falar por Ermance. Em 1855, com 14 anos, Ermance publica seu segundo livro "spiritualiste" (na época, não existiam os termos espírita, mediunidade, etc). O primeiro a ser distribuído e vendido: "A história de Joana D'Arc, ditada por ela mesma" (Editora Meluu, Paris). Segundo Canuto Abreu, a família Dufaux conheceu Allan Kardec na noite do dia 18 de abril de 1857. O Codificador teria dado uma pequena recepção em seu apartamento e os Dufaux foram levados por Madame Planemaison, grande amiga do professor lionês. No final da reunião, Ermance recebeu uma belíssima mensagem de São Luís, que, a partir dali, tornaria-se uma espécie de supervisor espiritual dos trabalhos do Mestre. Segundo o ex-rei, Ermance, assim como Kardec, era uma druidesa reencarnada. Os laços entre os dois se estreitaram e ela se tornou a principal médium das reuniões domésticas do Prof. Rivail. No final de 1857, Kardec teve a idéia de publicar um periódico espírita e quis ouvir a opinião dos guias espirituais. Ermance foi a médium escolhida e, através dela, um Espírito deu várias e ótimas orientações ao Mestre de Lion. O órgão ganhou o nome de "Revista Espírita" e foi lançado em Janeiro do ano seguinte.Como o apartamento de Allan Kardec ficou pequeno para o grande número de frequentadores da sua reunião, alguns dos participantes decidiram alugar um local maior. Para isso, porém, precisavam de uma autorização legal. O Sr. Dufaux encarregou-se de obter o aval das autoridades, conseguindo em quinze dias o que, normalmente, levaria três meses. Conquistada a liberação, o Codificador e seus discípulos fundaram a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, em Abril de 1858. Ermance foi uma das sócias fundadoras. Durante o ano de 1858, Ermance recebeu mais duas autobiografias mediúnicas. Desta vez, os autores foram os reis franceses Luís XI e Carlos VIII. O Codificador elogiou o trabalho da Srta. Dufaux (2) e transcreveu trechos das "Confissões de Luís XI" na Revista Espírita(3). Nesse mesmo ano, Kardec divulgou três mensagens psicografadas pela jovem sensitiva (4). Não temos notícia sobre a possível publicação das memórias de Carlos VIII. Canuto Abreu revelou que Rivail a utilizou como médium na revisão da 2ª edição de O Livro dos Espíritos. Em 1859, Ermance não é mais citada como membro da SPEE nas páginas do mensário kardeciano. Isso leva-nos a crer que ela teria saído da Sociedade. Outro indício dessa suposição é que São Luís passou a se comunicar através de outros sensitivos (Sr. Rose, Sr. Collin, Sra. Costel e Srta. Huet). Não há, igualmente, registros da continuidade do seu trabalho em outros grupos.O que teria acontecido com Ermance? Teria casado e deixado a militância, como Ruth Japhet e as meninas Baudin? Teria se desentendido com Kardec? Teria mudado da França? Teria desanimado com o Espiritismo? São perguntas que só ela poderia responder. Seja como for, o Codificador continuou a divulgar seu trabalho. Em 1860, ele noticiou a reedição de "A história de Joana D'Arc ditada por ela mesma", pela Livraria Lendoyen de Paris.Em 1861, enviou vários exemplares desse livro, junto com suas obras, para o editor francês Maurice Lachâtre, que se encontrava exilado em Barcelona, Espanha. O objetivo era a divulgação do Espiritismo em solo espanhol. Esses volumes acabaram confiscados e queimados em praça pública pela Igreja Católica no famoso Auto-de-fé de Barcelona. "A história de Luís IX ditada por ele mesmo", foi liberada pela Censura e finalmente publicada pela revista La Verité de Paris em 1864. No início de 1997, a editora brasileira Edições LFU traduziu "A história de Joana D'Arc" para o português.
NOTAS:
(1) Rei francês, filho de Luís VIII e Branca de Castela, nascido em 1215, coroado em 1226 e morto em 1270. Luís IX teve um reinado bastante conturbado. Até 1236 enfrentou a Revolta dos Vassalos e a Guerra dos Albigenses. Venceu duas batalhas contra os ingleses em 1242. Em 1249, organizou uma Cruzada, foi vencido e aprisionado. Resgatado, ficou na Palestina até 1252, quando voltou à França. Empreendeu mais uma Cruzada e morreu de peste ao desembarcar em Tunis. Foi canonizado pela Igreja em 1297. (2) Página 30 do Volume 1858, EDICEL.(3) Páginas 73, 148 e 175, ibidem.(4) Páginas 137, 167 e 317, ibidem.BIBLIOGRAFIA
ABREU, 1992.KARDEC, 1993.KARDEC,

segunda-feira, 12 de abril de 2010

FRASE BELÍSSIMA DO GRANDE ORADOR MANUEL VIANNA DE CARVALHO

"O Espiritismo é a religião da ciência, a ciência da religião e a filosofia do Bem".

quinta-feira, 8 de abril de 2010

ESPIRITISMO E INFORMAÇÃO

Espiritismo, o que é na verdade!

De: Alamar Régis Carvalho
Partindo do princípio que o objetivo de todo jornalIsta ético e sensato é o de informar bem, com coerência, honestidade, dignidade e imparcialidade, preocupando-se sempre com o indispensável conhecimento da causa que leva a reportar, venho apresentar-lhes uma contribuição em cima de um assunto que muitos profissionais do jornalismo, embora bem intencionados, terminam cometendo equívocos lamentáveis, por uma inexplicável ignorância que compromete os seus nomes bem como o dos veículos por onde vinculam as suas matérias ou reportagens. Falo com respeito ao assunto Espiritismo, tema este que invariavelmente é visto apenas no campo religioso, o que na verdade não é, e sobretudo, o que é mais lamentável, sempre enfocado com afirmativas de conceitos absurdos, oriundos do 'achismo' e também de uma cultura criada na cabeça das pessoas, pela intolerância e a desonestidade religiosa. Não objetivo aqui defender crença ou fé nenhuma, porque não é isto que está em questão. Só quero mesmo prestar contribuição ao gigantesco segmento honesto do jornalismo acerca de uma coisa, como ela realmente é, para que ele esteja melhor informado, sem a menor pretensão de querer fazer com que nenhum profissional o aceite, concorde com os seus postulados e, muito menos, se converta.
Vamos aos assuntos:
Espiritismo não é igreja
Em princípio corrijam a conceituação inicial: Espiritismo não é simplesmente religião. Ele não veio ao mundo com objetivo nenhum de ser religião. Trata-se de uma doutrina filosófica, com base calcada na racionalidade, na lógica e na razão, apenas com conseqüências religiosas, haja vista que os seus adeptos ficam livres da submissão a qualquer religião, por não serem obrigados a coisa nenhuma e nem serem proibidos de nada. Há centros espíritas que se portam como se fossem igrejas, mas isto é produto da concepção equivocada dos seus dirigentes, que ainda sentem a necessidade da rezação, em que pese o Espiritismo ser algo muito acima disto.
Não existe 'Kardecismo', existe 'Espiritismo'
O jornalista equivocado costuma utilizar-se da expressão 'kardecismo', para identificar algo que ele imagina ser uma 'ramificação' do Espiritismo, achando que Espiritismo é um 'montão de coisas' que existe por aí, quando na realidade não é. A palavra 'Espiritismo' foi criada, ou inventada, como queiram, pelo senhor Allan Kardec, exclusivamente, para denominar a doutrina nova que foi trazida ao mundo, por iniciativa de Espíritos, e que tem os seus postulados próprios. Portanto, qualquer crença ou prática religiosa que utiliza-se da denominação 'Espiritismo', fora desta que se enquadre nos seus postulados, está utilizando-se indevidamente de uma denominação, mergulhando no campo da fraude. Daí a verdade que o nome disto que vocês chamam de 'kardecismo', verdadeiramente é 'Espiritismo'. Apenas para clarear o campo de conhecimento dos que ainda têm dúvidas, em achar que Candomblé, Cartomancia, Necromancia, Umbanda e outras práticas espiritualistas é Espiritismo, vai aqui uma pequena tabela, exemplificando algumas práticas de alguns segmentos, para apreciação daqueles que consideram relevante o uso da inteligência e do bom senso, a fim de um discernimento mais coerente e responsável.
Allan Kardec não inventou o Espiritismo
Allan Kardec não inventou ou criou Espiritismo nenhum. A proposta veio de Espíritos, através de manifestações espontâneas, consideradas como fenômenos, na época, e ele, que nada tinha a ver com aquilo, foi convidado por alguns amigos para examinar e analisar os tais fenômenos, em suas casas, oportunidade em que foi convidado, pelos Espíritos, pela sua condição de pedagogo e educador criterioso, a organizar aqueles ensinamentos em livros e disponibilizar para a humanidade. Ele foi tão honesto e consciente de que a obra não era de sua autoria, que evitou colocar o seu nome famoso na Europa antiga (Denizard Rivail) como autor dos livros e preferiu utilizar-se de um pseudônimo. É bom que se saiba que o tal professor Rivail era autor famoso de livros didáticos e que tudo o que aparecia com seu nome vendia muito, não apenas na França como em toda a Europa. Atentem para o detalhe: Os Espíritos optaram por um pedagogo, um professor, e não por um padre, um religioso, o que nos convida a entender que o Espiritismo é escola e não igreja.
Sobre a reencarnação
Não é patrimônio exclusivo do Espiritismo e não foi inventada pelo Espiritismo, posto que é algo conhecido pela maior parte da humanidade, por milênios, muito antes do Espiritismo, que tem apenas 151 anos de idade. O espírita, depois de estudar a reencarnação, não crê na reencarnação, ele passa a SABER a reencarnação, o que é diferente. Exemplificando: Você crê que a Lua existe ou você sabe que ela existe? Afinal, você pode vê-la e comprovar, inclusive cientificamente? É isto aí. Portanto a afirmativa de que os espíritas crêem na reencarnação é infantil e sem sentido.
Sobre a mediunidade
Também não é patrimônio exclusivo e nem foi inventada pelo Espiritismo. É uma faculdade humana normal e independe de crença religiosa, já que a pessoa pode possuí-la, com maior ou menor intensidade, acredite ou não. O Espiritismo apenas se dispõe a estudá-la, educar e disciplinar as pessoas que a possuem, para que o seu uso possa ser benéfico a elas e aos outros, absolutamente dentro dos elementares padrões de moralidade. Segundo os postulados espíritas ela não deve ser comercializada, nunca, e deve ser utilizada gratuitamente; todavia é praticada comercialmente em alguns lugares do mundo, por pessoas que são médiuns, inclusive honestas, mas nada sabem sobre Espiritismo, numa comprovação de que ela existe fora do meio espírita. Qualquer afirmativa do tipo que 'alguém tem mediunidade e precisa desenvolver' é vinda de pessoas inconseqüentes, mesmo algumas que se auto rotulam espíritas, posto que o Espiritismo propõe que a faculdade deve ser educada e não desenvolvida.
Sobre o caráter do centro espírita
É um local que deve atuar como escola e não como igreja. A sua proposta é de estudos, sobretudo da matéria que trata da reforma íntima das pessoas, dando ciência do papel de cada um de nós na terra, da nossa razão de existir enquanto criaturas úteis ao nosso próximo, esclarecimento da nossa condição espiritual no presente e no futuro e, principalmente, a nossa conduta moral. Recomenda a prática da Caridade, sim, mas de forma ampla no sentido de orientar e informar aos outros sobre os meios de libertações dos conflitos, das amarguras, das incompreensões e do sofrimento em si e não esse entendimento estreito de que Caridade se resume apenas a dar prato de sopa ou roupas usadas para pobres, para qualificar o doador como bonzinho. Adota Jesus, sim, inclusive como o maior modelo e guia que temos para seguir, concebendo o seu Evangelho como a bula coerente a nos conduzir, e não como sendo ele o próprio Deus. Enfim. O centro espírita é um local de estudo e não de rezação.
Sobre quem é reencarnação de quem
Recentemente vimos um jornalista afirmar, nas páginas da VEJA, que os espíritas juram que Fulano é reencarnação de Sicrano, o que se constitui em um absurdo. Em princípio espírita não adota jura nenhuma. Segundo, que não consta da atividade espírita a preocupação de quem é reencarnação de quem, uma vez que esta discussão é irrelevante, não tem razão nenhuma, não acrescenta absolutamente nada na proposta espírita para a criatura humana, em que pese alguns espíritas, apenas alguns, (nem todos entendem bem a proposta da doutrina) se ocuparem com esse tipo de discussão. Falar em quem é ou talvez possa ser reencarnação de quem, é conversa amena de momentos de descontração de espíritas, apenas em nível de curiosidade ou especulação, jamais tema de estudo sério da casa espírita. Ainda que possa existir, em alguns locais de estudos mais profundos e pesquisas espíritas, interesses em trabalhar as questões da reencarnação, os estudiosos apenas sugerem que fulano possa ser a reencarnação de alguém, mas nunca afirmam, apesar de evidências marcantes e inquestionáveis, quando a condução da pesquisa é séria e criteriosa. Quem anda dizendo que é a reencarnação de reis, de rainhas e de personagens poderosas do passado não são os espíritas, são apenas alguns bobos que estão no Espiritismo sem consciência do seu papel.

Apologia ao sofrimento
Matérias de revistas e jornais, dentro deste equívoco que nos referimos, chegaram a afirmar, diversas vezes, que o Espiritismo ensina as pessoas a serem acomodadas em relação ao sofrimento e até chegarem a dizer que o sofrimento é bom. Não condiz com o coerente ensinamento do Espiritismo. Se algum espírita chega a dizer isto, certamente é vítima do masoquismo e, provavelmente, deve praticar um ritual em sua casa, quando, talvez uma vez por semana, colocar a mão sobre uma mesa e dar uma martelada em seu dedo. Sofrimento não é condição fundamental para a evolução de ninguém, embora entendamos que, ao passar por ele, muitas pessoas terminam acordando para a realidade da vida e mudando de conduta, sobretudo no campo do orgulho, do egoísmo e da presunção.
Mesa branca
Não existe espiritismo mesa branca, alto espiritismo, baixo espiritismo ou qualquer ramificação do Espiritismo, que é um só. O hábito de forrar mesas com toalhas de cor branca, na maioria dos centros espíritas, nada mais é que um hábito de alguns espíritas, de certa forma até equivocados também, uns talvez achando que a cor branca da toalha ou das roupas das pessoas tem algum significado virtuoso, quando na verdade não existe esta orientação no Espiritismo. Muito pelo contrário, seria preferível utilizar toalhas (por que tem sempre que ter toalhas nas mesas?) de outras cores, posto que tecidos em cor branca têm maior facilidade de sujar. Portanto a citação de 'espiritismo mesa branca' é mais uma expressão da ignorância popular, o que não se admite nos jornalistas.
Terapia de vidas passadas
Não é procedimento espírita, em que pese ser recomendável em alguns casos, porém em consultórios de profissionais especializados, geralmente psicólogos ou médicos. É fato, existe, é comprovado, tem resultados cientificamente respaldados, mas não é prática espírita.
Cromoterapia, piramidologia etc...
Se alguém usa uma dessas práticas no espaço físico de uma casa espírita, é por pura deliberação da direção da casa, que se considera livre para fazer o que quiser, até mesmo dar aulas de arte culinária, corte e costura, curso de inglês, informática ou o que quiser, que são atividades úteis, sem dúvidas. Mas não tem a ver diretamente com o Espiritismo.
Sucessor de Chico Xavier
Isto nunca existiu no Espiritismo, em que pese vários jornalistas terem colocado em matérias diversas, quando o Chico Xavier 'morreu', e ainda repetem, talvez querendo estabelecer alguma comparação do Espiritismo (que vêem apenas como religião) com a Igreja Católica, que tem sucessores dos papas, quando morrem. Chico Xavier nunca foi uma espécie de papa, de cardeal ou de qualquer autoridade eclesiástica dentro do movimento espírita. Divaldo Pereira Franco nunca foi sucessor do Chico, nunca teve essa pretensão, ninguém no movimento espírita fala nisto, que é coisa apenas de páginas de revistas desinformadas sobre o que verdadeiramente é o Espiritismo.
Medicina e Espiritualidade
Alguns médicos, tradicionalmente, sempre afirmaram que os problemas de saúde das pessoas nada têm a ver com problemas espirituais, porque estes se resumem a crendices. Hoje existe um curso de 'Medicina e Espiritualidade', oficial, dentro da USP (Universidade de São Paulo), a maior Universidade do País, onde são estudados estes questionamentos que alguns continuam a dizer que são crendices.. Em nível de informação, sugerimos que os jornalistas se interessem em reportar sobre este assunto, sem que vá aqui a menor intenção de querer converter ninguém. Não se trata de questão religiosa, trata-se de questão científica. Para melhor informação, as aulas deste curso podem ser vistas no site: www.redevisao.net. O telefone da Pineal Mind, onde são ministradas as aulas, é (11) 3209-5531 e o e-mail é faleconosco@uniespirito.com.br onde poderão ser obtidas maiores informações sobre o curso. Toda sexta-feira, às 19 horas, tem aula ao vivo, pelo site, numa webtv. Diante de todo o exposto sugerimos que os grandes veículos de comunicação de massa, obviamente comprometidos com a credibilidade dos seus nomes, repassem estes esclarecimentos aos seus profissionais de jornalismo, não necessariamente para que eles sejam simpáticos à idéia espírita, já que ninguém é obrigado a aceitar coisa nenhuma, mas para, pelo menos, não comprometerem as suas honorabilidades dizendo mentiras, leviandades e até se expondo ao ridículo reportando sobre um assunto que não entendem.
Alamar Régis CarvalhoAnalista de Sistemasalamar@redevisao.net

domingo, 4 de abril de 2010

SEGUNDO O MÉDIUM RAUL TEIXEIRA CHICO INSPIROU PESSOAS E OBRAS SOCIAIS

O niteroiense Raul Teixeira, de 60 anos, é um dos fundadores da Sociedade Espírita Fraternidade (SEF), em São Domingos, Niterói. A instituição mantém uma obra social, o Remanso Fraterno, voltada para famílias de baixa renda.
Em entrevista concedida por e-mail dos Estados Unidos, onde faz palestras para divulgar a doutrina espírita, o renomado orador e médium falou sobre Chico Xavier e o momento atual do espiritismo.
1) Quando o senhor descobriu sua mediunidade? Na época, tinha que idade?
Desde muito criança, dei-me conta de que fazia registro de pessoas ao meu redor que muitos não enxergavam. As minhas recordações permitem que os familiares assinalem um período dos meus 2 anos e meio aos 4 anos, quando minha mãe desencarnou.
2) Já havia espíritas na família? Foi um processo complicado? Embora minha mãe fosse médium vidente, audiente e de efeitos físicos, assim como minhas duas irmãs fossem igualmente médiuns, não se conhecia em minha família o espiritismo. Desse modo, conheciam-se os fenômenos mas não a teoria da doutrina espírita. Dessa maneira somente minha mãe via o que eu estava registrando em minha infância, com relação ao mundo dos espíritos. O processo da eclosão de minha faculdade paranormal não foi algo complicado; complicado foi o entorno, ou seja, a religião para a qual fui encaminhado pela família, uma vez que o sacerdote que me orientava, por sinal, um grande amigo, por não crer em espíritos, teimava em afirmar-me que eram insinuações demoníacas. Imagine-se isso na mente de uma criança e depois de um adolescente que se via impotente para afugentar os tais demônios de sua mente ou de sua vida. O maior complicador foi esse. Logo que fui convidado por um amigo de infância a conhecer o pensamento espírita. Ao entender o que se passava de fato comigo, tudo, então, se modificou porque aprendi a exercer controle sobre minha mente por saber que tudo se tratava de uma faculdade paranormal, inerente a toda e qualquer criatura humana.
3) Quantos livros psicografados o senhor tem? Até o momento, são 32 livros.
4) Como vê o momento atual da doutrina espírita, oito anos após o desencarne de Chico Xavier? Identifico um movimento espírita crescente, dinâmico, tanto no Brasil quanto fora, onde têm sido apresentados seus fundamentos. Naturalmente, um movimento calcado em ideias, em filosofia, na medida em que vai se tornando massivo, passa receber afluentes opiniáticos que tentam se impôr, influenciar, modificar, como ocorreu com todas as doutrinas existentes no mundo. Passados oito anos da desencarnação de Chico Xavier, podemos ver com muita clareza a influência benéfica do seu prodigioso trabalho psicográfico, sem dúvida, mas, fundamentalmente, a força do homem amoroso que soube ser e do seu poder inspirador, uma vez que incontáveis criaturas transformaram suas vidas para melhor, em razão da inspiração em Chico. Múltiplas obras sociais de benemerência, de auxílio e de socorro aos necessitados de vários matizes surgiram sob essa mesma inspiração.
5) O senhor tinha muito contato com Chico? Lembra-se de alguma passagem marcante vivida com ele? Mantive muitos contatos com Chico, posto que passei a visitar a cidade de Uberaba desde 1969, duas vezes ao ano, valendo-me dos períodos de minhas férias escolares. Tanto ia proferir palestras na cidade quanto visitar o generoso benfeitor, que se me tornou muito querido amigo, tendo-me convidado para participar de algumas reuniões e atividades mais privativas que realizou em sua casa, como quem desejasse incentivar para o exigente trabalho do bem um jovem iniciante nos passos da doutrina espírita. Numa dessas estadas em sua casa, quando ele e alguns amigos realizavam um momento de estudos espíritas e de psicografias, pude vê-lo atender a uma família que lhe chegara à casa em franco desespero. Um pai levando preso nos braços um menino, que aparentava estar nos seus 7 ou 8 anos de idade, que o chutava, mordia e grunhia. Um jovem senhora, em pranto, e uma senhora idosa que soubemos ser a avó materna do menino. Alguns confrades cederam lugares para a pequena caravana de sofredores. Um silêncio pairou na sala, entrecortado pelos sons de soluços e grunhidos da criança em comovedor estado obsessivo. Chico ergueu-se de onde estava sentado, e dirigiu-se ao pequeno grupo. Em rápidas e doridas palavras, a mãe do pequeno descreveu seu calvário de meses de desgastes, de incontáveis noites insones, dos inúmeros consultórios médicos visitados na procura de solução para o caso do filho querido, sem qualquer êxito. Revezavam-se os três adultos, em casa, para tomar conta do menino que intentava sempre uma forma de ferir-se gravemente, destruir a vida, caso ficasse sem vigilância permanente. Depois de ouvir o breve relato, Chico Xavier solicitou a uma das convidadas para proferir uma oração, e pela primeira vez vi-o erguer as mãos sobre a dupla pai e filho, no trabalho dos passes, da fluidoterapia.De inopino, a sala foi invadida por um intenso perfume de rosas, mas eram rosas vivas, que chegavam a nos arder os olhos. Tudo ficou impregnado daquele perfume. o menino foi se acomodando nos braços do genitor, o homem chorava agora de emoção, assim como as duas mulheres que o acompanhavam. Chico ainda aplicou passes nas duas senhoras e, ao concluir, o ambiente estava em completo silêncio, como um campo de paz. O grupo familiar, que chegara de uma cidade interiorana do estado de Goiás, levantou-se agradecido e em lágrimas, enquanto o menino dormia sereno. No momento em que o pai agradecia a intervenção espiritual de Chico, este recomendou-lhe que conduzisse o filho ao centro espírita existente em sua proximidade, em Goiás, a fim de dar continuidade ao tratamento fluidoterápico da criança, garantindo que, se o fizessem, o menino se recuperaria do difícil processo perturbador. Para mim, em particular, foi uma noite memorável, de profundos aprendizados, tendo em vista a simplicidade com que Chico Xavier atendeu aquelas pessoas. Não fez estardalhaço, não bufou nem fungou, não ficou com a respiração ofegante, não demonstrou nenhuma estranheza diante do caso. Em nenhum momento assustou a família ou fez prognóstico catastrófico, mesmo sabendo da gravidade do caso. Agiu como um facultativo experiente à frente de um diagnóstico conhecido, consciente do que podia fazer para minorar o drama, indicando, após, a continuidade do tratamento. Esse foi o Chico Xavier que conheci e que me cativou, desde os distanciados dias da minha juventude.
6) Muitos o consideram sucessor do Chico, ao lado de Divaldo. O senhor concorda com essa ideia de "sucessão"? Por quê? O movimento espírita corresponde ao labor que desenvolvemos em torno da doutrina espírita. Todo e qualquer esforço ou realização no sentido de ensinar e divulgar o espiritismo passa a compor essa dinâmica que denominamos movimento espírita. A doutrina espírita por si mesma não tem qualquer hierarquia, não evoca qualquer direito canônico para o enquadramento dos seus pares. Os compromissos dos espíritas para com a doutrina estão calcados nas leis que regulam a nossa consciência. Os fundamentos espíritas, tais como a existência de Deus, a existência e imortalidade da alma, a pluralidade das existências, a pluralidade dos mundos habitados e a comunicabilidade dos espíritos, impulsionam-nos e facilitam-nos o melhor entendimento do mundo e das suas relações sociais, levam-nos a compreender mais e melhor as provas e as expiações encontradas na terra e nos facultam a vivência do amor ao próximo sob o nome de fraternidade. Na doutrina espírita não existe uma ordenação sacerdotal de qualquer espécie; ninguém sucede a ninguém, hierarquicamente, uma vez que cada criatura chega ao mundo com seu canhenho de compromissos, de responsabilidades, o que levou Jesus Cristo a afirmar que "a cada um será concedido conforme as suas obras". Assim, procuro compreender a generosidade de muitos companheiros que conseguem ver em mim qualquer possibilidade de substituir fulano ou beltrano, mas sou obrigado a admitir que avaliam indevidamente e têm muito pouca reflexão espírita. O nosso trabalho deve ser realizado pelo compromisso que toda criatura humana deve ter com o bem, pois as leis de Deus nos recomendam a sua prática. Em nenhum momento, porém, procuraremos fazer isso ou aquilo para suceder a quem quer que seja, salvo nos casos de falta de senso crítico ou de lamentável presunção vaidosa.
Fonte:Extra on line